"Adote um cachorro de rua: 5 considerações importantes para garantir uma adoção consciente e feliz"

Cinco considerações ao adotar um cachorro de rua
Por Yuri Domeniconi -
8 de outubro de 2014

A adoção de cachorros de rua vem tomando proporções muito maiores do que tinha há alguns anos. O que pouca gente sabe e considera é que muitos dos cachorros que estão para a adoção são animais de raça. Existem todos os tipos de traumas que podem estar associados aos cães que adotamos, lidar com isso é sempre um desafio, mas o resultado é sempre surpreendente.

Um dia comprado direto de um criador de cães e no outro, pela falta de tato da família que o comprou e talvez por algum problema de comportamento que o animal tinha, acabou nas ruas ou em algum abrigo. Outra situação comum é o proprietário de uma cadela não castrá-la. O cio chega, o cachorro do vizinho, da rua ou mesmo o seu próprio companheiro faz de tudo para poder namorar a fêmea que está pronta para conceber filhotes, um tempo depois a barriga dela começa a crescer e depois ela dá a luz a alguns filhotes. O proprietário que já não era muito cuidadoso com sua fêmea e nem tinha castrado o animal, resolve infringir a lei e soltar os filhotes na rua. Existem também os cães que já nasceram nas ruas e conseguiram chegar à idade reprodutiva sem que nunca alguém tenha tido cuidado com eles.

As situações acima são infelizmente comuns e guardam em si um ponto em comum: animais sofrendo.

Antigamente a carrocinha passava para pegar os cães que viviam nas ruas e os levava para serem abatidos. Surgiram as SUIPAS que também pega os animais, mas cuidam deles para que possam ter a chance de serem adotados. E sempre houve as pessoas que carinhosamente adotaram um animal de rua que precisava de ajuda.

Minha empresa tem um jargão que utilizamos nas fotografias dos cães e gatos adotados que temos: “Adotar faz bem ao coração de todos”. E esse slogan é verdadeiro. Quando adotamos um cachorro que estava precisando de nossa ajuda nos sentimos felizes por estar ajudando, os animais sentem-se queridos pela primeira vez na vida e as instituições que cuidam deles sentem-se aliviadas por terem feito um bom trabalho de lar temporário.

No entanto, existem outros fatos que devem ser analisados:

1. A taxa de reincidência de abandono é muito alta quando a adoção não é feita de forma consciente. Famílias apaixonam-se por filhotes de cães e esquecem que esses pequenos animais necessitam de ensinamentos, treinamentos, adestramentos diários. Quando percebem que o filhote tem o hábito de roer móveis, fazem suas necessidades no lugar errado (veja 5 dicas para solucionar esse problema se estiver passando por isso), ou começam brincar de morder a mão, muitos desses filhotes são devolvidos aos abrigos ou abandonados nas ruas. Lembre-se de que um filhote demanda muito tempo e energia para aprender conviver com a nova família humana.

2. Adotar um cachorro mais velho pode ser a melhor opção para uma pessoa idosa em um abrigo. Cães mais velhos são, em via de regra, mais tranquilos que filhotes. Já passaram por fases de mordedura e pulos de felicidade. Os cachorros mais velhos que viviam nas ruas infelizmente já passaram por situações muito difíceis envolvendo seres humanos e quando encontram uma pessoa que oferece amor a eles certamente sentem-se muito agradecidos.

3. Se você tem outros animais em casa cuidado ao levar um novo cachorro de rua ou de um abrigo. Primeiramente você deve levar o animal para um veterinário para fazer todos os exames, tomar todas as vacinas, e só então deve entrar em contato com o animal que você tem em casa. Tente conversar com o dono do abrigo sobre a índole do cachorro em relação a outros animais, mas lembre-se que situações diferentes significam comportamentos diferentes dos mesmos animais. Deixe seu cachorro cheirar o novo companheiro, faça carinho no que já habita a casa, dê petiscos para ele, isso evita ciúme e vai reforçando a hierarquia entre os dois. Faça isso tudo através de grades ou com ambos os animais na coleira; segurança é muito importante para evitar problemas. (conheça aqui a história do Cachorro que adotei e cuidou da nossa empresa por 2 anos antes de falecer).

4. O mesmo cuidado vale para quem tem crianças em casa. Muito cuidado com a apresentação do cachorro para o seu filho. Todo cautela é pouca, não sabemos o histórico do animal que estamos adotando. É comum animais de rua terem medo de crianças e o medo pode levar a qualquer tipo de comportamento agressivo em autodefesa. Infelizmente muitas crianças ainda não educadas completamente por seus pais exercem a crueldade humana contra animais de rua e isso pode causar traumas nos cães que adotamos.

5. Ofereça muito amor, mas lembre-se de que o tempo ruim da vida dele já acabou no momento que encontrou sua família. Deixe o passado para trás, o cachorro certamente fará isso ao receber o carinho que sua família tem para receber. Muitas famílias que adotam cães que sofreram abusos acabam não oferecendo limites em forma de educação. Cães mal educados tendem a ter problemas de comportamento e desenvolverem distúrbios de ansiedade bem graves. Portanto, leia sobre educação e adestramento de cachorros, ensine o novo membro da família todas as normas da casa e tenham uma convivência harmônica por muitos anos.

Existem muitas considerações que devemos fazer quando pensamos em adotar cães. Devemos estudar bastante nossas possibilidades de dar atenção, afeto e uma boa vida para o animal. O principal é lembrarmos que os animais que adotamos serão eternamente gratos por terem um novo lar e afeto da sua família.
www.beanimal.com.br

Camillo Dantas

Camillo, redator apaixonado, especialista em criar conteúdos envolventes e impactantes para o site. Viaja e estuda incessantemente para produzir textos únicos, inspiradores e precisos.

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