"Dermatite em cães e gatos: causas, sinais, tipos e tratamentos"
O que é dermatite?
Por Jade Petronilho -
8 de junho de 2018
É bastante comum que nossos pets sejam diagnosticado com dermatite, mas afinal, o que é essa doença? As dermatites nada mais são do que uma inflamação da derme que pode acontecer por diversos motivos, apresentar diferentes formas e ser de vários tipos. As dermatites podem acometer qualquer ser vivo que possua pele, ou seja, nem mesmo nós, humanos, estamos livres deste problema. Da porção externa para a interna de nosso corpo, a derme é a segunda camada que constitui nossa pele, portanto, feridas bastante superficiais acontecem na epiderme (primeira camada) e não devem ser chamadas de dermatites.
Algumas raças de cachorro e gato são mais predispostas às dermatites e isso normalmente se deve a fatores genéticos (como dobras em excesso, por exemplo), tipos de pelagem (alguns animais mais peludos tendem a ter mais problemas de pele), umidade (banhos em excesso ou secagem realizada de maneira inadequada), entre outros. Pets muito alérgicos também costumam enfrentar as inflamações da derme com mais frequência por, naturalmente, já serem mais sensíveis e comumente terem uma imunidade um pouco mais comprometida.
Sinais de dermatite em cachorros e gatos
Se coçar insistentemente e apresentar queda intensa de pelos com algumas lesões pelo corpo são sinais comuns de dermatite, porém existem outras condições de saúde que podem resultar nesses indícios, sendo necessária a avaliação de um médico veterinário para dizer que seu pet está ou não com a inflamação.
Pegar seu pet se lambendo e/ ou se mordendo de forma constante em alguns locais do corpo também podem indicar dermatite, porém isso pode acontecer em casos de estresse, outras enfermidades dermatológicas ou quando há a presença de parasitas externos, como pulgas e carrapatos, sendo sempre indicado procurar a ajuda de um profissional.
Tipos de dermatite
Como dito anteriormente, existem diversos tipos de dermatite e identificá-las pode ser um desafio até mesmo para alguns médicos veterinários. Às vezes muito parecidas, pode ser necessário encaminhar o pet para um dermatologista quando os tratamentos convencionais não demonstram o resultado esperado.
Dermatite alérgica
Podendo ocorrer por inúmeros fatores, as dermatites alérgicas acontecem pouco tempo depois do animal ter tido contato com um agente que lhe cause alergia. Sua identificação é importante para que o quadro não se agrave e que não passe a se repetir com frequência. As dermatites alérgicas podem acontecer por produtos químicos (como os de limpeza), tecidos (roupas e cobertores, por exemplo), materiais de construção (como cimento e areia), alimentos e até por medicamentos.
Dermatite alérgica por picada de pulga (DAPP)
Cachorros e gatinhos alérgicos às pulgas apresentam um tipo de dermatite muito característico, com perda de pelos e feridas especialmente no dorso e no rabo. Em casos extremos, uma única pulga é capaz de fazer um grande estrago na pele do animal, sendo fundamental realizar um controle sério e frequente. Cães com coceira em grande intensidade podem apresentar, além dos sinais visíveis, irritação e agressividade.
Dermatite infecciosa
Causada por fungos e bactérias, pela presença de infecção, estes tipos de dermatites tendem a ser mais “molhados”, com cheiro forte e localizadas. Causam dor e muito incômodo ao animal, que pode dificultar o tratamento por conta da necessidade de manipulação constante para o tratamento.
Dermatite úmida (hot spot)
Uma das dermatites mais comuns na clínica de pequenos animais, a dermatite úmida costuma ter forma arredondada, é dolorida e contém pus. Suas bordas são bem definidas, porém se não tratada, a infecção cresce e se espalha para outras partes do corpo do pet.
Dermatite autoimune
Um dos tipos mais difíceis de serem tratados, a dermatite autoimune ocorre por uma desregulação do próprio organismo do cachorro ou gato, que passa a ver as camadas da pele como ameaças (não as reconhecendo como parte do corpo) e “atacando” a derme.
Dermatite por lambedura
Gatos e cachorros que se lambem em excesso podem desenvolver o que é conhecida como dermatite por lambedura. Isso costuma acometer pets ansiosos com mais frequência por terem o hábito de lamber seus pelos para aliviar o estresse quando se sentem incomodados com alguma situação. Como a saliva possui diversos microrganismos (especialmente bactérias) que não são comuns à pele, o problema pode se instalar com facilidade.
Pododermatite
As “dermatites de pés”, ou seja, aquelas que acometem as patinhas, são complicadas de serem tratadas e causam muito incômodo para os pets. Nelas, há presença de lesões entre os dedos do peludo, com muita coceira, normalmente.
Como prevenir dermatites
Apesar de alguns cachorros e gatos serem naturalmente mais propensos a desenvolver dermatites (inclusive de forma recorrente), na maioria dos casos podemos prevení-las com higiene, banhos, inspeções e secagem adequados. A dica aqui é sempre que possível, especialmente quando estiver fazendo um carinho em seu peludo, aproveite o momento para ver se ele possui pulgas e/ ou carrapatos, lesões de pele, falta de pelo em determinadas regiões ou outras anormalidades que merecem atenção.
Quando der banho nele (mesmo que num pet shop), certifique-se de que ele foi bem seco. Se ele é gordinho ou é de uma raça que naturalmente possui “dobrinhas”, o zelo precisa ser redobrado, uma vez que essas camadas a mais podem ser um prato cheio para o desenvolvimento de fungos e bactérias. Se seu filho de quatro patas adora nadar ou tomar chuva, não permita que ele se seque sozinho, utilize uma toalha e o secador para auxiliá-lo nesta tarefa.
Mudanças comportamentais podem indicar problemas de saúde. Se seu cachorro ou gato está se lambendo e/ ou coçando mais do que o habitual, converse com um médico veterinário. Essa é uma informação importante que normalmente é deixada de lado pelos tutores.
Como tratar dermatites em cachorros e gatos
O tratamento das dermatites tende a ser um pouco longo e consiste, normalmente, no uso de antissépticos, antibióticos ou shampoos terapêuticos. O tipo de medicamento a ser utilizado depende do grau e do tipo do problema. É recomendado, na maioria dos casos, tosar o animal ou parte da lesão para facilitar a aplicação de produtos tópicos, como pomadas e sprays.
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