"Saiba tudo sobre a verminose por ancylostoma caninum em cachorros: causas, sintomas e tratamento por Dr. Marcio Waldman"

Verminose por ancylostoma caninum em cachorros
Por Dr. Marcio Waldman -
8 de maio de 2014

Embora o nome do verme, ancylostoma caninum, seja incomum para os donos de cachorro, é a principal causa de verminose que acomete caninos domesticados ou não. O ancylostoma caninum tem uma grande distribuição em áreas subtropicais do globo terrestre, sendo muito prevalentes na América latina e África. Muito frequente em filhotes pode ser uma causa comum de anemias também em adultos.
São vermes bem pequenos medem cerca de 10 milímetros de comprimento, sendo difíceis de visualizar nas fezes dos animais infectados, tornando a sua identificação mais difícil sendo necessário exames complementares como o exame de fezes. Alguns autores de artigos científicos afirmam que 50 a 80% dos filhotes nascem contaminados pela ancilostomíase.

Ciclo de vida do ancylostoma
Os ovos do ancylostoma são expelidos pelas fezes dos cachorros portadores apenas 15 dias após a infestação e estes ao encontrarem gramados, terra úmida ou jardins podem viver por vários meses de forma infectante como larvas infectantes.
Os cães, infectados ou não, ao passearem por esses locais podem ser contaminados por via cutânea ou por ingestão dessas larvas. Uma vez ingeridos em 15 dias, ou menos, ele já estarão parasitando o intestino delgado do cachorro e fechando o ciclo de vida do parasita.
As larvas que infectaram por via cutânea, chegam a circulação sanguínea rompendo tecidos cutâneos e via circulação sanguínea chegam aos pulmões dos cachorros, onde se desenvolvem para um estagio posterior de larva infectante, e sobem pela traqueia do cachorro, até serem deglutidas e enfim chegam ao trato digestivo.
Em animais maiores que 3 meses de idade, as larvas adquiridas por via cutânea podem ficar encistadas dormentes no tecido subcutâneo, e essas larvas podem ser ativadas durante a gestação, iniciando a contaminação dos filhotes seja por transferência transplacentária (através da placenta) ou por contaminação através do leite (amamentação). Devido a esse ciclo de vida extremamente inteligente grande parte dos cachorros, já tiveram, possuem ou vão possuir a doença.
Sinais clínicos da ancilostomíase canina
O ancylostoma caninum é um verme que se aloja no intestino delgado dos animais infectados, causa uma pequena lesão na mucosa que determina um ponto de sangramento, o parasita é hematófago, ou seja, se alimenta de sangue. Cada verme, por menor que seja pode sugar 0,1ml por dia do animal infectado, portanto quanto maior a infestação maior os sintomas. Os sinais clínicos mais intensos ocorrem em filhotes, devido a menor imunidade contra o parasita associado ao baixo peso e consequente baixo volume sanguíneo circulante.
Uma anemia normoctica normocrômica aguda na fase inicial da doença pode ser observada e pode ser seguida por anemia hipocrômica, a taxa de mortalidade nessa fase é muito alta. Filhotes que sobrevivem essa fase podem continuar sofrendo de anemia de forma cronica, outro sinal muito importante é a diminuição no ritmo de crescimento comparado com animais não infectados, letargia, baixa energia, queda de pelos, diarreia, vômitos.
Em animais adultos a infecção pode passar sem sinais clínicos evidentes ou pode ter queda de pelos, vômitos com baixo brilho, esporádicos, diarreia ou fezes com estrias de sangue.
Diagnostico da ancilostomíase
O diagnóstico diferencial é baseado na história (anamnese), sinais clínicos e exames complementares. Um exame de fezes, coproparasitólogico simples por flutuação, pode identificar ovos de vermes nas fezes e fechar o diagnóstico. Geralmente três amostras são necessárias pareadas e subsequentes. Como esse exame laboratorial pode resultar em falsos negativos, o veterinário pode iniciar o tratamento para evitar a progressão da doença, antes do último resultado.
Tratamento contra ancylostoma caninum
Explicaremos as formas de tratamento mais comuns contra o ancylostoma, porem não recomendamos a aplicação de qualquer terapia sem a orientação e respaldo do seu médico veterinário de confiança. Automedicação em cães pode ser tão fatal quanto a doença em si. Converse com um profissional.
Em animais com anemia muito intensa (filhotes ou adultos), pode ser necessário a transfusão sanguínea como medida de emergência para evitar a morte. O ideal seria conversar com o médico veterinário sobre um programa de vermifugação permanente para cachorros adultos no sentido de inibir sintomatologia e minimizar disseminação de ovos de vermes no ambiente.
Para fêmeas gravidas um cuidado redobrado deve ser utilizado, tanto no planejamento do tratamento para evitar efeitos no embrião, como para evitar a transmissão perinatal dos vermes para o filhote.
Existe uma grande quantidade de vermífugos que terminam com a doença, o seu médico veterinário pode sugerir um tratamento mensal especialmente se o seu cachorro vive em ambiente com alto desafio parasitário (chácaras, sítios, cidades com grande aglomeração de cachorros, passeios frequentes a parques etc).
Algumas bases químicas são indicadas para o tratamento e controle da ancilostomíase, como:
– fenbendazol:
Um dos primeiros vermífugos a serem usados contra o Ancylostoma caninum, o fenbendazole tem uma baixa absorção pelo trato digestivo que determina uma segurança contra toxicidade aos animais tratados. É um vermífugo de amplo espectro com ação contra ancilostomas, giárdia, trichuris, toxacara, dipilidium caninum, alguns strongiloides, Vermífugo de alta segurança seguindo-se a recomendação do veterinário.
– moxidectina:
A moxidectina é uma droga mais recente muito utilizada em bovinos, ovinos, suínos. Existem apresentações para administração via oral, injetável, transcutânea. A moxidectina age nos parasitas internos e externos, por bloquear os canais de cálcio terminando com a neurotransmissão, causando imediata paralisia e morte do parasita.
Algumas espécies animais e especialmente algumas raças caninas tem uma sensibilidade maior a moxidectina ou ivermectina com reações adversas exacerbadas, portanto a orientação veterinária é fundamental quando se usar a moxidectina.
– selamectina:
A selamectina é uma droga moderna, aplicada por via tópica e transcutânea (em cima da pele), segura, com pouquíssimos efeitos colaterais. Age de forma muito parecida com o anterior, bloqueando a neurotransmissão do parasita e causando a sua morte.
– nitroscanato:
O nitroscanato é uma droga bastante conhecida no segmento veterinário. Seu uso é por via oral e age contra Toxocara canis, Toxascaris leonina, Ancylostoma caninum, Uncinaria stenocephalia, Taenia e Dipylidium caninum.
– palmoato de pirantel:
O palmoato de pirantel é um vermífugo bastante antigo no controle de parasitas internos, com alta segurança e poucos efeitos colaterais.
Dr Marcio Waldman médico veterinário
Diretor e fundador do Pet

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Camillo Dantas

Camillo, redator apaixonado, especialista em criar conteúdos envolventes e impactantes para o site. Viaja e estuda incessantemente para produzir textos únicos, inspiradores e precisos.

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