Gato transmite doenças? Descubra mitos e verdades sobre a saúde do seu felino!
Gato transmite doenças?
Por Gabriela Azevedo -
8 de agosto de 2019
“Cuidado, gato transmite doenças!” Se você já ouviu essa frase e ficou tremendo de medo de se aproximar do peludinho, venha saber mais sobre o assunto e tirar suas dúvidas.
Gato transmite doenças?
A resposta é sim, gato transmite doenças! Mas, calma. Existem algumas doenças que erroneamente são conhecidas por serem transmitidas pelos gatos. É importante frisar que existem enfermidades que podem passar dos gatos para os humanos e vice-versa (são as chamadas zoonoses) e existem ainda aquelas que são transmitidas apenas entre felinos, como é o caso da FIV (conhecida popularmente como Aids felina).
Algumas doenças como a toxoplasmose, esporotricose e doença da arranhadura do gato podem ser transmitidas do gato para os humanos e a seguir falaremos um pouco sobre cada uma com o intuito de desmistificar e ajudar na prevenção.
Toxoplasmose
A toxoplasmose, também chamada de “doença do gato“, é uma doença de caráter zoonótico, transmitida por um protozoário chamado Toxoplasma gondii que pode ser encontrado em carne crua ou mal cozida infectada, contato com as fezes dos felinos infectados, verduras ou em água contaminada.
Apesar de estar presente nas fezes de alguns gatos (sim, não são todos os que possuem esse protozoário no organismo) é infinitamente mais fácil adquirir esta doença através de alimentos contaminados. A doença é importante em questões de saúde pública, pois provoca sérias consequências aos humanos especialmente àqueles que apresentam imunossupressão (queda de imunidade), como crianças e idosos. Grávidas precisam de cuidados redobrados, pois a toxoplasmose pode interferir no desenvolvimento do feto.
A prevenção para a infecção dá-se em não permitir que os gatos tenham vida livre, evitando assim a caça e a ingestão de animais mortos possivelmente contaminados pelo protozoário. O diagnóstico para a doença é feito por testes sorológicos. O teste de análise das fezes não é recomendado porque pode não constar a presença do Toxoplasma gondii.
Doença da arranhadura do gato
Conhecida também como Bartonelose (devido ao nome da bactéria), a doença da arranhadura do gato é ocasionada pela arranhadura do gato, causando uma infecção bacteriana na região lesionada. A enfermidade não ocasiona sintomas nos gatos, sendo difícil se chegar ao diagnóstico apenas em exame clínico, sendo necessário realizar testes laboratoriais complementares que detectem a presença da bactéria Bartonella henselae.
Esta bactéria contamina os gatos através da picada da pulga infectada. Por isso, faça o controle de ectoparasitas regularmente. As pulgas transmitem diversas doenças que podem interferir na qualidade de vida dos gatos.
A ação da Bartonella henselae no organismo humano varia de acordo com a imunidade. Um dos sintomas mais característicos da doença quando afeta os humanos é o inchaço na região onde o gato arranhou, além de dor de cabeça e em alguns casos pode ocorrer febre. Em quadros mais avançados (estando diretamente relacionada à imunossupressão) os infectados podem apresentar aumento dos linfonodos.
O tratamento é feito com analgésicos, antibióticos e com compressas quentes na região lesionada.
Esporotricose
A esporotricose é uma doença ocasionada por um fungo chamado Sporothrix schenckii que acomete não apenas os animais, mas também os humanos. Este fungo fica alojado no ambiente (solo, vegetais, materiais contaminados, farpas e espinhos) e os gatos que possuem vida livre são os mais acometidos. Quando contaminados, os gatos podem transmitir a doença através de mordidas, arranhões e contato direto da pele lesionada.
A doença possui caráter grave para os gatos e deve ser tratada imediatamente com o acompanhamento de um médico veterinário. Caso não seja tratada corretamente, o gato infectado pode vir a óbito. O tratamento envolve o medicamento Itraconazol por trazer menos efeitos colaterais para os humanos e também para os gatos
Como não existe vacina, a preventiva é evitar as possíveis voltinhas que os gatos gostam de dar na rua, principalmente aqueles que residem em locais com o saneamento básico precário. Já a prevenção para os humanos é manusear o gato infectado sempre portando luvas para alimentá-lo ou para administrar os medicamentos. A higiene faz-se muito importante também.
Raiva
Muitas pessoas acham que a raiva acomete apenas os cães e que a vacinação para os gatos é dispensável. Porém, apesar de ser raro os felinos serem infectados pela doença, não é impossível. Ou seja, gato transmite raiva sim, embora seja mais difícil. A raiva é uma doença que não tem cura e pode levar os infectados a óbito.
A raiva é uma doença viral que atinge o sistema nervoso central dos infectados. Ela acomete todos os mamíferos e a forma de contágio mais comum é através da mordida de um animal infectado. Porém, apesar do vírus não sobreviver por muito tempo no ambiente, ele pode ser encontrado na urina, fezes e em feridas abertas, sendo passível de contágio. É bem comum que os animais sejam acometidos por morcegos (frutíferos e hematófagos), já que eles carregam o vírus da doença e podem atacar os cães e gatos.
A doença não possui cura e por isso a prevenção é fundamental. A única forma de prevenir os pets é através da vacinação. A vacina antirrábica deve ser aplicada em cães e gatos aos três meses de idade e ser reforçada anualmente. Já a vacinação em humanos é feita apenas em grupos de risco (médicos veterinários e estudantes de medicina veterinária) e em pessoas que são expostas ao vírus da doença.
Caso uma pessoa seja exposta a doença, ela deve ser encaminhada imediatamente ao hospital, notificar o CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) e os serviços de vigilância sanitária municipal, estadual e federal.
É fundamental sempre nos atentarmos à higiene dos gatos e principalmente com a nossa. Quando as duas estão alinhadas, é praticamente impossível contrair algumas doenças. Por isso, faça visitas periódicas com o seu gatinho ao médico veterinário e faça check-ups periódicos.
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