Zoonoses: saiba o que são e quais afetam os pets
Zoonoses: saiba o que são e quais afetam os pets
Saiba o que são zoonoses, conheça as principais e veja como preveni-las para proteger o bem estar do seu animal de estimação e de todos em casa.
Por Andréia Regeni -
10 de novembro de 2023
Zoonoses: descubra o que são e quais delas pode ser transmitidas dos pets para humanos
Você sabe o que são zoonoses? Tanto pets quanto seres humanos podem ser acometidos por estas doenças infecciosas transmitidas por animais. Vamos entender quais são as principais enfermidades que podem acometer pets e seres humanos e como preveni-las.
Saiba mais sobre a Zoonose: o que é?
Zoonoses são doenças que acometem os animais e são transmissíveis aos seres humanos. Agentes como vírus, bactérias, helmintos e protozoários são os principais responsáveis pelo desencadeamento dessas doenças, que têm os animais como seus hospedeiros.
O contato de seres humanos com os animais faz parte de nossa cultura em diferentes níveis, desde a vivência em ambiente pecuário, ao convívio com pets em casa; sendo assim, as zoonoses são consideradas um grande risco à saúde pública, e seu controle é feito através de medidas como campanhas de vacinação e programas informativos sobre prevenção e combate à essas doenças.
Veja as principais zoonoses que podem atingir os pets
Raiva: o perigo silencioso
Transmitida por cachorros, gatos e morcegos hematófagos, a raiva é uma doença viral em que o contágio se dá através do contato com a saliva do animal, como por exemplo, por meio da mordida, e arranhões do animal já acometido pela doença. Ela é causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, que acomete os mamíferos, inclusive seres humanos.
Os sintomas da raiva em animais são agressividade, excitação, demência, depressão, medo e ansiedade, salivação excessiva e travamento dos músculos.
Para os animais, não existe cura para a raiva, por isso o controle vacinal é essencial. Como medida preventiva, além da vacina antirrábica, é importante se certificar de que o ambiente em que você e seu pet vivem não apresente sinais de moradia de morcegos: manter limpos e arejados os sótãos e porões e, caso note a presença desses animais, entrar em contato com a vigilância sanitária. Mantenha seu pet longe de animais em que a rotina vacinal em dia seja desconhecida.
Em seres humanos, a raiva afeta o sistema nervoso central. Os sintomas da zoonose podem demorar a surgir de acordo com o sistema imunológico do indivíduo; apresentando reações como dor de garganta, espasmos na região, que causam salivação excessiva, cefaléia, irritabilidade, náuseas e até paralisia dos membros inferiores.
Quando acometido pela doença, é necessário tratá-la imediatamente, pois a raiva pode levar ao óbito. Os tratamentos para seres humanos consistem no uso de medicamentos específicos e, até mesmo, o coma induzido.
Leptospirose: proteja seu pet deste inimigo oculto
A Leptospirose é uma zoonose causada por bactérias do gênero Leptospira. Cães, gatos, bovinos, roedores e animais silvestres podem ser portadores assintomáticos dessa doença, transmitida através da urina.
Em seres humanos, a bactéria se introduz no organismo pela mucosa da pele, e se prolifera na circulação sanguínea.
Em cenários urbanos, o principal disseminador da doença é o rato. Sua urina pode contaminar o ser humano direta ou indiretamente. Um exemplo bastante comum de transmissão desta zoonose é através de enchentes, onde todos os tipos de resíduos presentes no solo, esgoto e na água podem atingir seres humanos e animais.
Em seres humanos, os principais sintomas de leptospirose são dor de cabeça, manchas no corpo, meningite, diarréia, febre alta, vômito e desidratação. Procure imediatamente um médico ao notar estes sintomas. Existem tratamentos para a doença, como antibióticos.
Os animais devem tomar a vacina de prevenção e proliferação da doença.
Para prevenir o contágio, evite o acúmulo de lixo e entulhos, mantenha ralos fechados e evite o contato com a água e outros resíduos de enchentes.
Leptospirose canina
A leptospirose canina é uma zoonose grave, que requer diagnóstico precoce. Cães machos possuem maior propensão a contrair a doença, pelo seu comportamento territorialista, o que pode promover maior contato com patógenos nos locais onde estão instalados.
Os principais agentes causadores da doença em cães são os sorovares Canicola e Icterohaemorrhagiae, presentes nos roedores, que eliminam a bactéria através da urina.
O principal meio de contração se dá através da mucosa da pele, que percorre até a corrente sanguínea.
Os principais sintomas da leptospirose canina são abortos ou partos prematuros; filhotes enfraquecidos com possíveis doenças renais futuras; azotemia, anemia, febre, diminuição dos níveis de consciência, e, em casos mais graves, hemorragias na cavidade oral, com probabilidade de faringite e necrose, mialgia nos membros posteriores.
A Organização Mundial da Saúde – OMS sugere que o exame para diagnóstico da doença seja o SAM, um teste de soroaglutinação microscópica.
Mantenha sempre as vacinas de seu cachorro em dia! Esta é a melhor maneira de prevenir a leptospirose canina.
Escabiose canina: incômodo cutâneo
A escabiose canina é uma doença dermatológica que pode acometer qualquer raça, idade ou porte de cachorro. Conhecida também como sarna sarcóptica, esta doença também é uma zoonose, ou seja, transmissível para seres humanos.
O responsável pela causa da escabiose canina é um ácaro chamado Sarcoptes scabiei, que se infiltra na pele do cachorro e se prolifera depositando seus ovos na região.
Sua contaminação se dá pelo contato do cachorro com outro animal já acometido pela doença. Este ácaro também é capaz de sobreviver por até vinte e um dias em outras superfícies, como mantas, camas e sofás.
Os principais sintomas da escabiose canina são muito parecidos com os sintomas da sarna em cães: coceira intensa, vermelhidão e descamação da pele; neste caso, porém, o pet ainda pode sofrer com ferimentos, borbulhas e erupções de pele.
Ao notar os primeiros sintomas, procure o médico veterinário e/ou dermatologista para a realização de exames para diagnosticar a doença e receber o tratamento adequado.
Durante o tratamento, proteja seres humanos e outros animais, isolando o pet até que ele se cure. Use luvas no momento de contato com o animal e higienize sempre as mãos.
A prevenção desta zoonose se dá mantendo o ambiente onde o cachorro e o tutor vivem limpos e sempre desinfetados. Manter a casa, roupas de cama, mantas, sofás, tapetes higienizados ajudam a prevenir a proliferação de ácaros.
Manter seu pet longe de cachorros infectados, a vermifugação e a vacinação em dia, também são medidas preventivas essenciais.
Leishmaniose: ameaça invisível aos olhos
A Leishmaniose canina é uma zoonose parasitária causada pelo protozoário do tipo Leishmania. Sua transmissão acontece através da picada de um mosquito, conhecido como Mosquito Palha, Mosquito Pólvora, Birigui ou Tatuquira.
Ela é classificada de duas formas, leishmaniose tegumentar ou cutânea (LC), e leishmaniose visceral (LV), causadas por diferentes espécies de Leishmania.
A Leishmaniose visceral ou calazar é uma zoonose que acomete animais selvagens, de estimação e seres humanos. Ela é considerada grave em cães e humanos, podendo até mesmo ser letal quando não tratada. A doença é considerada um grande problema de saúde pública em regiões tropicais.
Ao ser infectado pelo protozoário, o pet passa a ter o seu sistema imunológico comprometido, pois suas células são atacadas. Quando a doença não é precocemente diagnosticada, ela pode evoluir, atacando órgãos como o fígado e a medula óssea.
Os principais sintomas de leishmaniose em cães são a perda de apetite, febre, lesões na pele,crescimento exagerado das unhas e emagrecimento.
Ao notar os sintomas, leve seu cachorro ao médico veterinário, que irá indicar exames laboratoriais, como de sangue, sorologia, entre outros, para detectar a doença e tratá-la corretamente.
Até 2018, cachorros com diagnóstico de leishmaniose eram sacrificados, pois a doença era considerada sem cura. Atualmente existe um medicamento para o tratamento da zoonose, que impede a progressão da enfermidade e diminui a carga viral do protozoário, fazendo com que o pet deixe de ser um transmissor da doença.
Giárdia (Giardíase): a doença que afeta o sistema digestivo
A giardíase, ou giárdia, é uma zoonose causada pelo protozoário Giárdia spp. Comumente, cães e gatos são pets acometidos pela doença.
A contaminação acontece pelo contato com as fezes de animais já infectados pela doença, onde são eliminados ovos do protozoário, que podem estar presentes também na água e alimentos. Esta interação costuma se dar em parques, ruas, gatis, canis, cachorródromos, espaços onde há grande circulação de pets.
Animais adultos podem, muitas vezes, portar a doença e permanecerem assintomáticos, porém os imunossuprimidos possuem maiores chances de apresentarem sintomas como dores abdominais, apatia,diarreia, vômito, perda de peso, desidratação – mesmos sintomas que os seres humanos acometidos pela giárdia.
O diagnóstico da doença é feito através de exame de fezes. O tratamento da giárdia envolve a desinfecção dos ambientes onde vivem o pet e o tutor, e o uso de medicamentos prescritos pelo médico veterinário.
A prevenção da doença acontece por meio da vacina contra a giárdia e a atenção do tutor em manter seu pet longe de fezes de cachorros em espaços públicos. Cabe ao tutor prevenir-se através da constante higienização das mãos, alimentos e da ingestão de água potável.
Varíola dos macacos: enfermidade que exige atenção
A varíola dos macacos, ou varíola símia, é uma zoonose infecciosa causada pelo Monkeypox vírus, pertencente ao gênero Orthopoxvirus. Viral, ela é transmitida de animais para pessoas, e de pessoas para pessoas, por meio do contato com o sangue ou secreções dos animais infectados, em geral, os roedores. O contágio também se dá pelo contato direto com as feridas e suas secreções.
Os principais sintomas da varíola dos macacos são o surgimento de feridas e bolhas na pele, febre e dores musculares. Há pouco tempo, casos da monkeypox também foram detectados em pets, como cachorros. Conversamos, então, com o médico veterinário Paulo Eduardo Brandão, que sinalizou alguns cuidados que devemos ter, caso o pet seja acometido pela doença. Confira a matéria sobre a varíola dos macacos na íntegra – Varíola dos macacos em cães e gatos: O que se sabe até agora?
Seja o tutor ou o animal, procure um médico infectologista ou médico veterinário infectologista para buscar o diagnóstico e instruções corretas de tratamento da doença.
Bicho geográfico: lesões inesperadas
Mais conhecida como bicho geográfico, a larva migrans cutânea é uma zoonose infecciosa causada pelos parasitas Ancylostoma braziliense e Ancylostoma caninum, encontrados no intestino de cães e gatos não vermifugados regularmente.
Tais parasitas são expelidos nas fezes dos pets e, quando em contato com o corpo humano, se dá o contágio. A penetração dos parasitas no corpo podem acontecer quando a pessoa anda descalça na região infectada; há ainda mais chances da entrada do parasita no corpo quando existe alguma lesão e ferimento na pele, facilitando a contaminação.
Entre os animais, a contaminação se dá por via cutânea, oral e placentária. Os sintomas do bicho geográfico surgem através de vômitos, diarreias, coceira na região do ânus, perda de peso, incômodos abdominais; especificamente em gatos, a gengiva pode empalidecer.
Já em seres humanos, estes parasitas surgem em formato de larvas, e passam a percorrer o corpo da pessoa, formando marcações no tecido subcutâneo por onde passam. Entre os principais sintomas do bicho geográfico estão vermelhidão na região afetada, coceira, e ainda sinais de movimentação do parasita no corpo.
Para evitar o contágio do bicho geográfico, procure manter sempre a região onde o pet faz suas necessidades fisiológicas desinfetadas, assim como o ambiente onde vivem o tutor e o pet. Evite que o pet viva em locais de muita umidade, como em tanques ou locais com areia. Evite andar descalço onde possa haver vestígios de fezes dos animais; mantenha as vacinas e a vermifugação em dia. Em caso de contração, faça a desparasitação do ambiente e procure o médico veterinário.
Esporotricose: o fungo que afeta os gatos
A esporotricose em gatos é uma doença fúngica que pode ser prejudicial tanto para os felinos quanto para pessoas, por se tratar de uma zoonose. Anteriormente falamos tudo sobre ela aqui na Pet – Esporotricose em gatos: o que é, causas, tratamento e prevenção.
A esporotricose felina se trata de uma micose causada pelo fungo Sporothrix schenckii, comumente encontrado no solo e ambientes cercados pela natureza. Embora os gatos sejam os animais que são acometidos com maior frequência pela doença, ela pode ser transmitida para seres humanos e, em menor probabilidade, para cães.
Esta enfermidade tem como principal sintoma o surgimento de feridas na pele, muitas vezes de difícil cicatrização, capazes de atingir várias camadas do corpo, podendo alcançar a região dos ossos, dependendo de sua complexidade, ou quando não tratada precocemente. Febre, apatia, dificuldade para respirar, alopecia e anorexia também são sintomas recorrentes da esporotricose felina.
Conhecida também como a “doença dos jardineiros”, a contração da infecção costuma surgir em ambientes onde os fungos gostam de habitar, como solo, árvores, espinhos de plantas e outras superfícies úmidas.
Procure um médico veterinário imediatamente ao notar algum dos sintomas da doença. O diagnóstico será feito através de exames laboratoriais como, hemograma, PCR e histopatologia.
Após o diagnóstico, o profissional recomendará o tratamento adequado de acordo com a complexidade do caso, prescrevendo medicamentos que ficarão à critério médico.
Para evitar o surgimento da esporotricose, não deixe que seu gato tenha contato com um pet acometido pela doença, evite acesso a rua, supervisione os ambientes em que ele costuma frequentar e certifique-se da higienização diária do local onde o pet vive.
Caso o gato seja acometido pela doença, o tutor deve manusear todos os objetos e o animal com luvas, sempre higienizando as mãos após entrar em contato com o pet e seus pertences.
Toxoplasmose: conheça o risco que ronda seu pet
A toxoplasmose é uma afecção gerada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii, e tem como hospedeiro final os felinos. Existem, porém, diversos animais que podem ser portadores intermediários do protozoário, como mamíferos – incluindo seres humanos, e aves.
Quando acometidos pela toxoplasmose, os gatos expelem os oocistos nas fezes. Esta zoonose é transmitida de gatos para seres humanos pelo contato com as fezes do animal e ingeri-las, seja através da falta de higiene das mãos ou utensílios de limpeza, ou ainda quando os oocistos são liberados no ambiente após as fezes dos gatos ficarem muitos dias na caixa de areia sem limpeza. Outros meios de contaminação são a ingestão de água e alimentos contaminados pelo protozoário.
A taxa percentual de gatos hospedeiros do protozoário é baixa e costuma se dar em animais que vivem nas ruas ou têm acesso à elas, uma vez que a contaminação se dá principalmente através da ingestão de carnes de caça, como roedores e aves, ou pelo consumo de carne crua de origem desconhecida.
Em gatos adultos, a toxoplasmose costuma ser assintomática, e em pessoas, exceto gestantes e imunodeprimidos, os sintomas são semelhantes a um resfriado.
O diagnóstico da doença é feito através de sorologia com titulação. Caso positivo, o tratamento será indicado pelo médico veterinário com medicamentos específicos, como antibióticos.
Para evitar o contágio, evite que seu gato frequente a rua, mantenha a caixa sanitária sempre higienizada, lave as mãos regularmente, principalmente após o contato com o gato e seus adereços. Mantenha o pet longe dos locais onde são preparadas as refeições, como cozinhas. Não deixe de visitar regularmente o médico veterinário e manter o calendário vacinal atualizado.
Lembrando que mulheres grávidas não precisam ficar longe de gatos ou abandoná-los, basta manter a higiene em dia.
Brucelose: esteja atento
Zoonose causada por bactérias do gênero Brucella, que pode ser transmitida para seres humanos por meio do contato direto ou indireto com compostos lácteos não pasteurizados. A brucelose pode acometer diversos tipos de animais: bovinos, suínos, cães, cabras, ovelhas e búfalos. Em cães, o agente é a Brucella canis, que possui caráter crônico, podendo ter um longo ciclo clínico.
Outra maneira de contaminação se dá pelas vias respiratórias em ambientes onde a bactéria está presente, através da inalação. Esta bactéria tem grande capacidade de se infiltrar em regiões mucosas, como gengiva, mucosa nasal e conjuntiva. Os sintomas mais comuns da brucelose em humanos são: suor excessivo, febre, calafrios, dor de cabeça e musculares.
As principais fontes dos microorganismos que se instalam nos ambientes são resíduos placentários, fetais, na urina, sêmen e secreções genitais.
A brucelose atinge, na maioria dos casos, o sistema reprodutivo de cães e cadelas. A contaminação dos cachorros acontece pelo contato de um animal já adoecido da mesma espécie, ou pela ingestão de leite contaminado – principalmente o bovino, ou carcaças.
A doença se manifesta no trato genital do cão, por meio de lesões na região; como podem ser assintomáticos também, eliminando, porém, o agente através da urina e secreções genitais. A brucelose pode causar aborto em cadelas, quando a bactéria está presente na placenta.
Embora muitos animais possam ser assintomáticos à doença, existem casos incomuns onde a brucelose atinge os olhos, ossos e coluna vertebral.
A doença e seus tratamentos ainda são pouco divulgados, mas para saber o diagnóstico, procure o médico veterinário para a realização de exames laboratoriais e tratamento adequado.
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